quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Saiu a National Geographic de Março

Saiu a National Geographic portuguesa!
A capa é dedicada a um drama da vida selvagem: a destruição mesquinha do maior mamífero terrestre - o elefante. Poder-se-ia pensar que este drama é menor em relação a outras dramas (humanos) que ocorrem por toda a África e restante planeta. No entanto, é o simbolismo da luta de um inocente contra o capitalismo e a vaidade das pessoas.

Ver sumário em: National Geographic Portugal

Reportagens que podem ser lidas:
  • Parque Nacional de Zakouma
  • Tubarões das Bahamas
  • Morte das Estrelas
  • Rocha do Tempo


Rocha do Tempo

Nas regiões recônditas do planalto do Colorado, o tempo mantém-se quase imóvel. Ano após ano, a erosão aprofunda ligeiramente os canyons. Os anos húmidos engrossam as ervas esparsas e os anos secos fazem-nas mirrar. Texto de Mike Edwards; Fotografias de Frans Lanting

Basta alterar a escala temporal, da dimensão humana para a dimensão geológica, para que a história destas paisagens rochosas deixe de representar uma leve alteração e passe a constituir uma mudança profunda, provocada por centenas de milhões de anos de evolução. Os geólogos costumam falar em tempo profundo quando se referem aos longos períodos durante os quais as forças mais subtis conseguem alterar dramaticamente uma paisagem. A região dos canyons é um exemplo do tempo profundo. Era após era, o planalto do Colorado foi crescendo como um bolo de camadas de arenito, calcário, argilito e xisto argiloso. Estes estratos, criados por mares, rios e ventos e depois comprimidos pelo tempo, foram içados, afundados e elevados por violentas forças tectónicas. Os vulcões espalharam lava sobre eles, o vento e as águas atacaram-nos e uma das mais acessíveis lições de geologia do planeta tomou forma. Há mais de um século, os geólogos começaram a registar as origens dos estratos que se exibem nas paredes dos canyons e das mesas. Com uma idade aproximada de 180 milhões de anos, o arenito Navajo formou-se ao longo de 15 milhões de anos, camada após camada, resultando da deposição de areias sopradas pelo vento. Em certos lugares, o depósito atinge mais de 600 metros de espessura, colorido por óxidos de ferro. De onde surgiu tão grande quantidade de areia? Tanto quanto parece, uma enorme quantidade terá vindo das montanhas dos Apalaches, bem longe a leste. O geólogo Jeffrey Rahl e os seus colegas descobriram pistas sobre a sua origem em minúsculos cristais de zircão conservados no arenito. Os isótopos radioactivos presentes nos zircões do arenito Navajo condizem com os dos zircões dos Apalaches, montanhas que, em tempos recuados, eram tão altas como os Alpes. Presume-se que a areia arrancada a estes picos pela erosão fosse transportada rumo a oeste pelos rios para depois ser levantada pelos ventos até formar uma fantástica pilha de areias. A zona planáltica da América do Norte foi migrando e ganhando forma em latitude mais a norte, à velocidade de alguns milímetros por ano, até ocupar o lugar onde hoje se encontra. Existem poucos testemunhos de vida no arenito Navajo. Porém, há cerca de 160 milhões de anos, numa fase tardia do Jurássico, começou a tomar forma uma nova paisagem, um cenário composto por florestas, rios, pântanos e mares interiores, no qual surgiram dinossauros, crocodilos, lagartos marinhos gigantes e tubarões. Fósseis destes monstros salpicam as formações geológicas de sedimentos argilosos e calcários. Perto da estrada, no Monumento Nacional Grand Staircase–Escalante, uma vertente revela a transição da época de areias secas para os ambientes húmidos do Jurássico tardio e do Cretácico, nos quais a vida prosperou. Por cima da camada de arenito, é visível um leito de carvão, a reminiscência de um pântano. E, por cima desta, pode ainda observar-se uma faixa de areia misturada com argila, fortemente comprimida, que representa a orla costeira de um mar em expansão. Sobre ela, vale ainda a pena contemplar um leito de ostras fossilizadas (repletas de pérolas fósseis, segundo se afirma), formado depois de a modificação da orla costeira ter gerado uma baía. Leia o artigo completo na revista.


terça-feira, fevereiro 27, 2007

Meio milhar de jovens geocientistas discute “Terras ao Sol"

Meio milhar de alunos de 23 Escolas Básicas e Secundárias de todo o País vão participar no II Congresso dos “Jovens Geocientistas - Terras ao Sol”, que decorrerá nos próximos dias 19 e 20 de Março no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.


Artigo completo em: Ciência Hoje

A Ética de uma ovelha

Carta de Friburgo

:: 2007-02-27 Por João Carvas (estudante de doutoramento no Laboratory of Vascular Biology da Fribourg Medical Faculty, Friburgo, Suíça)

Durante a semana passada cumpriu-se o quarto aniversário da morte da ovelha Dolly, clonada pelos cientistas Keith Campbell e Ian Wilmut. Através da transferência do núcleo de uma célula não reprodutiva (somática) - neste caso da glândula mamária - para um óvulo enucleado, e sua posterior transferência para um útero progenitor foi possível clonar pela primeira vez um mamífero. Dolly acabou por ser abatida prematuramente depois de um aparente envelhecimento precoce, cujas razões ainda são motivo de controvérsia na comunidade científica.

Com o nascimento da Dolly, a ciência confrontou-nos com a possibilidade real da clonagem de seres humanos e depois dela muitos outros mamíferos foram clonados com sucesso. A primeira resposta dos sistemas políticos à mediática Dolly foi a proibição da clonagem em humanos sem apelo nem agravo, não distinguindo entre clonagem reprodutiva e clonagem para investigação biomédica. Preocupa-me este repentino afastamento entre a sociedade e o conhecimento, mas também a sua utilização incorrecta.

Hoje, a ciência está sob suspeita no tocante à investigação genética, à clonagem e aos alimentos transgénicos, o mais das vezes sem que este receio tenha uma base racional. É constante o afluxo de "notícias choque" e de textos alarmistas advertindo o leitor para os perigos da pesquisa genética, por exemplo, e dizendo que o cientista se pretende substituir a Deus.

A toda esta desconfiança, acrescenta-se um fascínio paradoxal, que exige da ciência a resposta para todos os grandes desafios e ameaças da humanidade. Depois de Copérnico retirar o Homem do centro do universo e Darwin o obrigar a pôr-se ao nível dos outros seres que habitam o planeta, abriram-se duas feridas profundas no ego humano. Inconscientemente estas ainda hoje produzem certa angústia no Homem.

Onda de creacionismo

É daqui que parte alguma da hostilidade em relação à ciência e aos cientistas, e alguma anti-ciência onde pulula o relativismo cognitivo e cultural e que conta com uma grande mediatização. Veja-se a emergência nos EUA de uma onda de defensores do creacionismo, agora pomposamente chamado "desenho inteligente" por oposição à teoria da evolução de Darwin, testada e validada todos os dias pela comunidade científica.

Muito do que sai destas áreas arrepia-se perante conceitos como "realidade", "objectividade" e "verdade", que são a essência da ciência e também do jornalismo científico. Assim, privilegiam o intuitivo, o místico, o marginal, abrindo alas para as astrologias e o ocultismos, temas demasiado frequentes na nossa comunicação social.

Será então que o conhecimento científico é perigoso? Podemos dizer que ao longo da história há uma tendência para associar o conhecimento ao mal. Nas fundações do Cristianismo está a proibição de Adão e Eva se alimentarem dos frutos da árvore do conhecimento. Na mitologia grega, Prometeu foi castigado por ter oferecido aos mortais o fogo roubado dos deuses. Mesmo na literatura e no cinema modernos, a imagem do cientista é colada à de um insano que só produz monstros e catástrofes como o Dr. Frankenstein de Mary Shelley, que não olha a meios para saciar as suas curiosidades científicas.

uando se parte para a análise deste problema, convém diferenciar entre factos e valores, ou seja, entre ciência e ética. A ciência como actividade, não pode produzir ética, mas apenas descrever os fenómenos que estuda. Cabe então à ética avaliar o conhecimento gerado e as suas possíveis aplicações (tecnologia). Assim, temos a ciência (básica) – produtora de ideias, teorias – a tecnologia – produtora de objectos, bens, aplicações – e a ética, que regula o modo como se relacionam ciência e tecnologia.

Atrocidades nos campos de concentração

Apesar destas distinções, se quiserem um pouco artificiais, o cientista não está de maneira alguma isento de obrigações éticas. Pense-se, a título exemplar, no horror nazi sobre o sistema eugénico que pretendeu criar e que foi o primeiro passo para que alguns médicos cometessem verdadeiras atrocidades nos campos de concentração. Não houve neste caso o assumir de obrigações éticas.

Então, tendo em conta o nível de conhecimento da humanidade, e em oposição às posições anti-ciência pós-modernas, podemos afirmar que o conhecimento não só não é perigoso, como é intrinsecamente bom. Para o Homem, conhecer é tão importante como qualquer outra necessidade básica. Já a tecnologia, que deriva deste conhecimento pode ser nefasta.

Temos assistido nas últimas décadas a uma autêntica explosão do conhecimento nas ciências biológicas, mas a clonagem da ovelha Dolly e outras experiências científicas têm atraído a atenção dos media e da sociedade, levantando uma série de inquietações e problemas éticos. O preocupante é que sem qualquer reflexão se limite a produção de conhecimento, numa espécie de guerra preventiva contra os cientistas, não se procurando, isso sim, combater a má utilização desse conhecimento.

[Bibliografia: Tambosi, Orlando. É o conhecimento perigoso? Fronteiras entre ciência, tecnologia e ética. www.criticanarede.com] (jmcarvas@gmail.com]

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Despedida da Escola Dr. Correia Mateus



Bolo produzido integralmente pela minha mana (boloseimas)! Estava óptimo e foi comido até à última migalha!
Dino_geológico e os alguns alunos do 8ºF , em frente à Escola Dr. Correia Mateus, em Leiria.

Até sempre!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Eclipse Lunar

«Os portugueses vão poder assistir no primeiro sábado de Março, se as condições do céu o permitirem, ao primeiro eclipse total da Lua desde 2004, visível em toda a Europa, África e Ásia ocidental.

O fenómeno terá início às 21h30 (hora TMG e de Lisboa) de 03 de Março, depois da Lua entrar em penumbra às 20h18, e terminará à 01:20 dessa noite, com o eclipse total a ocorrer entre 22h44 e as 23h58, precisou à agência Lusa a astrónoma Albertina do Campo, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).»

Ciência Hoje

Ainda sobre Plutão...

Plutão foi desclassificado em Agosto de 2006. De planeta passou a planeta anão, uma categoria nitidamente inferior. Esta decisão foi tomada no sentido de diminuir os possíveis candidatos a planetas, uma vez que foram descobertos vários corpos celestes, de dimensões semelhantes a Plutão e que, também deveriam ser assim classificados.
Antes de Agosto de 2006, planeta era um corpo celeste, sem luz pŕopria, que orbitam em torno de uma estrela! E agora? Qual a definição de planeta?

Remeto a resposta a esta questão para um artigo da Scientific American Brasileira, publicado no seu endereço electrónico.

«Planeta é o produto final da acreção de um disco ao redor de uma estrela. Essa definição se aplica apenas a sistemas maduros, como o nosso, em que a acreção já foi completada. Para sistemas mais jovens, os corpos maiores não são estritamente planetas, mas sim embriões planetários, e os corpos menores são denominados planetesimais.»
Artigo em Scientific American Brasil


A definição de planeta aprovada pela IAU é baseada na arquitetura observada do Sistema Solar, em que um pequeno número de corpos dominantes, os oito planetas, tem órbitas bem separadas, em comparação aos enxames de asteróides, cometas e objetos do cinturão de Kuiper, que são menores.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Parabéns avozinha!

A minha avó fez anos no domingo (18 Fevereiro). Este foi o bolo elaborado pela minha mana para o evento familiar!

Novidades para os gulosos...

Afinal os chocólatras (viciados em chocoloate) tinham razão. O chocolate além de grandes benefícios para os males que assolam os corações aprisionados, também é bom para o cérebro, isto segundo estudos recentemente divulgados. Eu já sabia que não fazia nada de errado quando colocava três colheres de chocolate no meu leite (loll).

Transcrevo o artigo publicado no sítio Ciência Hoje:

O chocolate, conhecido pelos seus benefícios cardiovasculares, faz igualmente bem ao cérebro, ao favorecer a circulação sanguínea cerebral, indicam dois estudos divulgados ontem.

A primeira investigação foi realizada por Ian MacDonald, da Universidade britânica de Medicina de Nottingham, em jovens mulheres saudáveis. O objectivo era identificar se uma bebida rica em flavonóide, uma substância anti-oxidante contida no cacau, estimula as funções mentais durante um teste.

Comparativamente a um grupo de mulheres que não consumiram flavonóide, a circulação sanguínea cerebral do grupo que consumiu aumentou durante um período de duas a três horas. Segundo os médicos responsáveis, a investigação mostra as potencialidades das bebidas ricas em flavonóides para o tratamento de pessoas idosas, que sofrem de demência ou que sofreram acidentes cerebrais.

Um segundo estudo liderado por Norman Hollenberg, da Universidade de Harvard, foi realizado em pessoas saudáveis com mais de 50 anos. Concluiu-se igualmente que há aumento do fluxo sanguíneo cerebral em pessoas que consomem bebidas ricas em flavonóides.

Esta investigadora estudou os efeitos do cacau nos índios Kuna, no Panamá, que consomem regularmente este alimento e não sofrem nem de hipertensão arterial nem de degenerescência cerebral. No entanto, Norman Hollenberg considerou que os efeitos do cacau sobre o cérebro devem continuar a ser estudados e verificados, nomeadamente através de ensaios clínicos mais aprofundados.

Artigo completo em: Ciência Hoje

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

HIV ataca as células humanas...

Artigo do Público, baseado num publicado na revista Nature.

«A imagem poderá tornar-se histórica. Mostra pela primeira vez, com uma nitidez atómica, a ligação entre dois inimigos: uma proteína do vírus da sida (HIV) - a famosa gp120 - e um raro anticorpo com provas dadas para neutralizar o HIV.

A proteína gp120 é como uma chave que abre ao HIV as portas das células do nosso sistema imunitário, ao encaixar-se nos receptores CD4 destas células. O anticorpo, chamado b12, é especial: encontra-se só no sangue de pessoas que sobrevivem há muito tempo com o vírus da sida no corpo.

Mas o que é que o anticorpo tem de diferente? Por que é mais eficaz face às artimanhas do vírus? A equipa de Peter Kwong, dos National Institutes of Health (NIH), EUA, que publica hoje os seus resultados na revista Nature, conseguiu finalmente responder a esta pergunta com imagens como esta espectacular fotografia 3D, obtida por cristalografia de raios X.


Primeira conclusão: o anticorpo b12 (a fita verde) liga-se à proteína gp120 do HIV (a vermelho) no mesmo local (a amarelo) onde se estabelece a primeira ligação do vírus com os receptores CD4. Ou seja, o alvo do anticorpo b12 é uma parte do HIV que se encontra particularmente vulnerável na altura em que o vírus ataca novas células.

Mas, ainda mais importante, é que a ligação com o anticorpo b12 deixa a proteína gp120 inalterada, podendo impedir o HIV de fintar o sistema imunitário. Há muito tempo que os especialistas procuravam um ponto fraco do HIV: uma região exposta e invariável do seu invólucro. "Esta é sem dúvida uma das melhores pistas [para o desenvolvimentos de vacinas contra o HIV] dos últimos anos", diz Gary Nabel, um dos elementos da equipa, citado por um comunicado dos NIH.»


Artigo original no
Público

Artigo Original da revista Nature

O espaço à distância de um clic!

Apresento dois links que me enviaram sobre a exploração espacial.

1) Vídeo "3 anos em Marte" - planícies de areia, esférulas de hematite,
análise de composição mineralógica de rocha, e... curiosa simulação na Terra
de uma duna arenosa marciana, para aprender mais sobre como tirar de lá o
robô atascado:


2) Vídeo interactivo "Titan", sobre a exploração da lua de Saturno ­ única
lua com núvens, leitos de rio, lagos de metano...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Dia dos namorados...

Dois peixes Gourami trocam um beijo no Aquário de Xangai, na China, no Dia dos Namorados. Foto: Nir Elias/Reuters
In Público

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

SISMO!!!

A Terra tremeu em Portugal!
E desta vez foi sentido!
O nosso país situa-se perto de uma zona de colisão de placas tectónicas e, por isso, é frequente ser assolado por sismo. Raras são as vezes que estes são sentidos. Hoje foi uma dessas vezes!

O sismo teve de magnitude 6 (escala de Richter, que mede energia libertada no foco sísmico).
Em algumas regiões (Algarve), o sismo foi sentido com alguma forte, atingindo o valor de 5 graus na escala de Mercalli (que mede intensidades).


Alguns links a serem consultados sobre este sismo:

Instituto de Meteorologia (Portugal)

Centro Geofísico de Évora

Geopedrados

Instituto Geográfico Nacional (Espanha)

USGS


EMSC

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Revivendo a infância!

Revivendo a infância com Sir Paul MacCartney: We All Stand Together!

Novamente alimentos transgénicos...

Notícia da Scientific American Brasil!

Os ovos produzidos por galinhas geneticamente modificadas promete revolucionar a indústria dos medicamentos... e os cientistas garantem, após estudos em cinco gerações de aves (tanto estudo!!), a ausência de efeitos negativos. Vamos ver!

Ver artigo original em: Scientific American Brasil


O incrível ovo medicinal
Fevereiro

Por David Biello

O ovo de galinha tem uma história destacada na medicina. Mesmo hoje em dia, injeta-se o vírus da gripe em milhões deles para fabricar vacinas. Agora, cientistas do instituto Roslin, na Escócia (o mesmo que clonou a ovelha Dolly), produziram um galo geneticamente modificado cujas descendentes fêmeas põem ovos que produzem medicamentos no lugar de uma proteína na clara do ovo.

Helen Sang, do Instituto Roslin, e seus colaboradores usaram lentivírus para introduzir dentro de embriões um gene que ativa a produção de diversas drogas em vez da proteína ovalbumina, que em geral compõe cerca de 54% da clara. Os pesquisadores procuraram entre os frangos resultantes aquele que produzia o novo gene em seu sêmen. Depois, fizeram o cruzamento dele com galinhas normais para produzir novas aves que carregassem o gene inserido e produzissem medicamentos nas claras de seus ovos.

Testes com os ovos mostraram que elas podiam produzir o miR24 (anticorpo monoclonal usado no tratamento do melanoma) ou interferon b-1a (proteína do sistema imunológico usada contra esclerose múltipla, entre outros males) dependendo de qual gene fosse inserido. As galinhas produzem de 15 a 50 microgramas de medicamento por milímetro de clara, e embora isso não seja tão eficiente quanto a expressão da ovalbumina, é eficaz o suficiente para permitir a purificação subseqüente para drogas terapêuticas. "Esperávamos que o transgene não fosse tão eficiente quanto o gene endógeno no qual ele foi baseado, pois apenas alguns dos elementos regulatórios foram usados e o transgene pode ter sido inserido no cromossomo numa posição que não favorece a expressão máxima", observa Adrian Sherman, do Roslin, que também participou da pesquisa. "Estou certo de que há potencial para aperfeiçoamento."

Os ovos de galinha podem ter vantagens sobre outros produtos geneticamente modificados, como leite de cabra. As galinhas são fáceis de criar, produzem numerosos ovos e são baratas de manter. E após criar cinco gerações de aves modificadas, os pesquisadores não observaram nenhum efeito adverso à saúde, de acordo com um artigo publicado online em 15 de janeiro na Proceedings of the National Academy of Sciences USA.

Apesar de as proteínas terapêuticas terem funcionado como esperado em ensaios in vitro, levará anos para que o processo resulte em remédios para consumo humano, dizem os pesquisadores. As galinhas de Roslin somam-se a um esforço semelhante que emprega células tronco desenvolvidas pela Origen Therapeutics. Independentemente de qual "biofábrica" for a primeira a se tornar viável comercialmente, um novo uso medicinal para o venerável ovo está agora evidente.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Já saiu!!

Saiu a National Geographic de Fevereiro.



Podem ser encontradas as seguintes reportagens:

- Remendos e consertos do coração
- Florestas de maré
- A Maldição do Ouro Negro
- Vermes do Outro Mundo
- Majestade Desoladora

Recomendo a leitura d'A Madição do Ouro Negro, sobre as condições de exploração do ouro negro (petróleo) na Nigéria.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Sobre alimentos transgénicos!

Pouco ainda se sabe sobre os efeitos dos transgénicos na alimentação humana! Provavelmente demorará ainda alguns anos para que esses efeitos, se visíveis, manifestarem-se. Seja-se a favor ou contra a utilização de alimentos modificados geneticamente, todos temos o direito à informação e, como tal, é vital que a rotulagem dos alimentos manifeste a presença directa ou indirecta (como alimento de gado) de transgénicos.
Assim sendo a Greenpeace entregou uma petição à União Europeia onde solicita essa rotulagem.
Em baixo reproduzo o artigo do jornal "Publico" com essa notícia.

Em Portugal a defesa contra os trangénicos está a cargo da plataforma "Transgénicos fora do prato". Esta plataforma está a divulgar um comunicado sobre a experimentação de alimentos trangénicos no nosso país.
Comunicado

Artigo do jornal "Publico":
Greenpeace entregou petição com um milhão de assinaturas
União Europa admite alterar legislação sobre rotulagem de transgénicos
05.02.2007 - 19h18 Reuters

A União Europeia prometeu hoje estudar a possível alteração da legislação sobre rotulagem de produtos transgénicos, como ovos e carne, provenientes de animais alimentados com ração OGM. A Greenpeace entregou hoje, em Bruxelas, uma petição com um milhão de assinaturas para pedir rótulos obrigatórios.

A União Europeia (UE) tem legislação sobre os limites à presença de organismos geneticamente modificados (OGM) nos alimentos e rações para animais, antes de serem rotulados como biotecnológicos. Mas estas regras, que entraram em vigor em 2004, não se aplicam à carne e a lacticínios provenientes de um animal alimentado com OGM.

Para os grupos ecologistas, esta isenção é uma lacuna no labirinto legislativo europeu sobre os transgénicos. Para a indústria da biotecnologia e alimentação animal seria impensável e inaceitável alterar o seu status quo.

"Todos os anos entram no mercado europeu milhões de toneladas de alimentos geneticamente modificados, usados para a alimentação do gado. Mas os consumidores não são informados", alerta Marco Contiero, da Greenpeace.

Contiero entregou hoje uma petição ao comissário europeu da Saúde, Markos Kyprianou, que foi assinada por um milhão de cidadãos europeus, exigindo rótulos especiais para o leite, ovos, carne e outros produtos de animais alimentados com transgénicos.

No passado, a Comissão Europeia disse que não havia planos para reforçar a legislação europeia sobre rotulagem. Fazer isso seria "desproporcionado".

Esta posição – apoiada pela indústria internacional de biotecnologia, que insiste que os seus produtos são perfeitamente seguros – pode estar agora prestes a mudar.

"Uma petição com um milhão de assinaturas mostra grande interesse nesta questão. Vamos repensar o caso", prometeu Markos Kyprianou.

A maioria das importações europeias, principalmente soja e milho, vem de países como os Estados Unidos, onde as plantações OGM são comuns.

Segundo a Greenpeace, mais de 90 por cento dos produtos agrícolas OGM importados na Europa são soja e milho destinados à alimentação animal. Isso significa que 20 milhões de toneladas de OGM entram, por ano, na cadeia alimentar europeia.


Público