quarta-feira, julho 25, 2007

Crânios contribuem para a teoria da origem humana na África


Padrão de variação de crânios corrobora a idéia de que os humanos modernos suplantaram outras espécies mais antigas
por JR Minkel

ADEUS ÁFRICA: as variações nos crânios modernos de humanos do mundo inteiro, como um do sul da Austrália, corroboram a visão popular de que os humanos modernos emergiram diretamente da África
O formato dos crânios de humanos encontrados no mundo todo pode ter aberto uma nova janela para a compreensão do êxodo dos primeiros humanos modernos da África. De acordo com um novo estudo, grupos de crânios de populações locais que se afastaram mais de seu continente ancestral têm menos variações entre si.

O resultado apóia a popular teoria cientifica de que os humanos modernos saíram da África há 50 mil anos e tomaram o lugar de espécies mais antigas, como os neandertais. O estudo também pode ajudar os pesquisadores a identificar com precisão o berço dos seres humanos na África e como esse êxodo deve ter sido confuso, afirma o geneticista evolucionário William Amos da University of Cambridge, na Inglaterra.

Amos, juntamente com a bióloga evolucionária Andrea Manica e seus colegas, analisaram dados sobre os formatos de 4.666 crânios de machos, todos com menos de 2mil anos de idade, vindos de 105 locais no mundo. Para cada local, eles compararam a variação em 37 medidas diferentes com a distância que os ancestrais da população devem ter viajado para chegar lá partindo da África. (Cairo e Nova York parecem relativamente próximas em um mapa, mas os primeiros humanos teriam que atravessar a Ásia e o Estreito de Bering a pé para chegar até a América do Norte a partir do continente africano).

À medida que bandos menores se separaram de grandes assentamentos, devem ter levado um subgrupo menos diverso dos genes do grupo maior, o que se traduziu em parte em características anatômicas como o formato do crânio. Assim, quanto mais longe os primeiros Homo sapiens se afastaram de sua terra natal, menos variáveis seus crânios deveriam ser. A não ser que eles tenham procriado previamente com populações estabelecidas de neandertais ou outros humanos primitivos, o que deveria ter injetado novos genes e impulsionado a variabilidade.

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