Uma equipa de investigadores canadianos e norte-americanos defende que existe relação entre a actividade humana e os níveis de precipitação registados no século XX. Segundo os responsáveis, esta é a primeira vez que se consegue provar a existência de alterações do padrão de precipitação provocadas pela acção do homem.
O estudo foi feito através da comparação das alterações observadas nos níveis de precipitação registados ao longo do século XX com as alterações simuladas em 14 modelos climáticos. "A acção humana teve uma influência detectável nas alterações observadas na precipitação média e estas mudanças não podem ser explicadas pelas variações climáticas internas ou pela acção da natureza", lê-se no relatório do estudo.
Os resultados sugerem que a acção humana contribuiu de forma significativa para o aumento de precipitação observado nas latitudes médias do Hemisfério Norte, também designadas por Zona Temperada; para uma situação de seca nos trópicos e sub-trópicos do mesmo hemisfério; e provocaram o aumento da humidade nos sub-trópicos e trópicos profundos do Hemisfério Sul.
"As mudanças observadas podem já estar a ter um efeito significativo nos ecossistemas, na agricultura e na saúde humana nas regiões mais sensivas as alterações de precipitação", dizem os investigadores, alertando para a situação em regiões como a faixa do Sahel, em África.
A influência humana no clima já tinha sido detectada na temperatura do ar à superfície, na pressão do nível do mar, na temperatura da atmosfera livre, na altura da tropopausa (a camada intermediária entre a troposfera e a estratosfera) e no índice de aquecimento do oceano.
O estudo será publicado pela revista "Nature" esta quinta-feira.
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