terça-feira, julho 03, 2007

Já nas bancas...


Já saiu a National Geographic Portigal do mês de Julho!

Está muito boa, com diversos artigos importantes!

Destes artigos, destaca-se quele que aborda o problema da malária e a expansão desta doença no mundo, como consequência das atitudes do Homem face à natureza!

Saliento ainda uma breve referência ao castelo/convento de Cristo em Tomar e a tradição dos tabuleiros! A não perder!

Artigo:

Malária

Começa por uma picada indolor. O mosquito surge de noite, pousa sobre uma superfície da pele deixada a descoberto e coloca-se numa posição semelhante à dos corredores de velocidade nos blocos de partida, de cabeça baixa. Depois, mergulha as suas componentes bucais em forma de agulha na pele. Texto de Michael Finkel; Fotografias de John Stanmeyer

Vivemos num planeta malárico. Talvez não seja assim que se vêem as coisas na perspectiva privilegiada dos países ricos, onde se pensa – se é que se pensa de todo – que a malária é um problema em grande parte resolvido, como a varíola ou a poliomielite. A verdade é que a malária afecta actualmente mais seres humanos do que nunca. Doença endémica em 106 países, ameaça metade da população mundial. Este ano, o número de pessoas infectadas com malária poderá elevar-se a quinhentos milhões. Pelo menos um milhão de pessoas perderá a vida e, destas, grande parte terá idade inferior a cinco anos. A maioria vive em África. O número de mortes anuais cresceu para mais do dobro, relativamente ao que sucedia há uma geração. Até há pouco tempo, o clamor dos protestos contra esta epidemia era silencioso. A malária é um flagelo dos pobres, fácil de ignorar. Segundo alguns investigadores, o mais lamentável, no que se refere à malária, é o facto de os países prósperos já se terem livrado da doença. Entretanto, diversas regiões decididamente não prósperas encontram-se à beira do colapso malárico total e são praticamente governadas por enxames de seringas voadoras e zumbidoras. Só nos últimos anos a malária conseguiu chamar plenamente a atenção das agências de ajuda humanitária e dos doadores. A Organização Mundial de Saúde definiu a redução da malária como prioridade principal. Os fundos atribuídos ao combate contra a malária duplicaram desde 2003. Pretende-se anular a doença, combinando praticamente todas as técnicas conhecidas de combate antimalárico, desde as mais ancestrais (medicamentos chineses à base de ervas), passando pelas convencionais (redes mosquiteiras), até às mais modernas combinações terapêuticas. Ao mesmo tempo, os investigadores da malária perseguem um objectivo há muito almejado, mas difícil de alcançar: uma vacina que permita travar definitivamente a doença. Muita desta ajuda está a ser encaminhada para um punhado de países duramente atingidos pelo flagelo emtoda a África subsaariana. Se estes países derrotarem a doença, servirão de modelos para o esforço antimalárico. E se não conseguirem? Nenhum especialista em malária está disposto a responder com prazer a essa pergunta. Um dos países em destaque é a Zâmbia, uma ampla nação continental, sem acesso ao mar, integrada na fértil savana da África Austral. É difícil avaliar na sua globalidade a forma como a Zâmbia tem sido devastada pela malária. Em algumas províncias, em qualquer momento, mais de um terço das crianças de idade inferior a cinco anos estão afectadas pela doença. Pior do que os números é o tipo de malária presente na Zâmbia. Os seres humanos são infectados por quatro espécies diferentes de parasitas maláricos e o mais virulento de todos é o Plasmodium falciparum. Cerca de metade de todos os casos de malária (e 95% das mortes) são causados por este parasita. É a única forma de malária capaz de atacar o cérebro. E consegue fazê-lo de forma extremamente rápida – há poucos agentes infecciosos capazes de incapacitar tão rapidamente o organismo como o Plasmodium falciparum. Um jovem africano pode estar alegremente a jogar futebol num dia de manhã e morrer de malária nessa mesma noite. Leia o artigo completo na revista


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