O uso e abuso do tabaco, álcool e outras drogas por uma grávida tem consequências negativas no desenvolvimento do feto. Até aqui nada de novo. O que ainda falta perceber melhor são os processos moleculares que poderão explicar este prejuízo. Duas investigadoras da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) deram um passo importante mostrando que um dos efeitos deste comportamento de risco é a redução da captação de ácido fólico (essencial para o crescimento fetal) pelas células da placenta.
Fátima Martel e Elisa Keating, investigadoras do Laboratório de Bioquímica da FMUP, recorreram a placentas de mulheres que tiveram os filhos no Hospital de S. João. Num estudo feito em cultura de células, prepararam as amostras e expuseram-nas a drogas, desde o tabaco às anfetaminas, passando pelo álcool, tetrahidrocanabinol (princípio activo do haxixe) e pelo ecstasy. Constatou-se que a redução do transporte celular do ácido fólico pode atingir os 40 por cento no caso das anfetaminas e do haxixe (25 por cento no álcool e no tabaco e 30 por cento no ecstasy).
A carência de ácido fólico – um suplemento desta vitamina é aconselhado às mulheres que estão a tentar engravidar e durante os primeiros meses de gestação – está associada a riscos para o feto que se traduzem em graves problemas do desenvolvimento neurológico (como a anencefalia ou a espinha bífida) ou no baixo peso do recém-nascido.
As grávidas que fumam ou bebem devem reforçar o suplemento? “Não sabemos. Sabemos que não devem fumar nem beber”, diz Fátima Martel. Nesta pesquisa, foi avaliado ainda o impacto do uso de fármacos (como anti-hipertensores) durante a gestação, concluindo-se que estes não interferem no transporte do ácido fólico. Perceber se a diabetes afecta a captação desta vitamina é o próximo passo da pesquisa.
Notícia publicada em Público
Fátima Martel e Elisa Keating, investigadoras do Laboratório de Bioquímica da FMUP, recorreram a placentas de mulheres que tiveram os filhos no Hospital de S. João. Num estudo feito em cultura de células, prepararam as amostras e expuseram-nas a drogas, desde o tabaco às anfetaminas, passando pelo álcool, tetrahidrocanabinol (princípio activo do haxixe) e pelo ecstasy. Constatou-se que a redução do transporte celular do ácido fólico pode atingir os 40 por cento no caso das anfetaminas e do haxixe (25 por cento no álcool e no tabaco e 30 por cento no ecstasy).
A carência de ácido fólico – um suplemento desta vitamina é aconselhado às mulheres que estão a tentar engravidar e durante os primeiros meses de gestação – está associada a riscos para o feto que se traduzem em graves problemas do desenvolvimento neurológico (como a anencefalia ou a espinha bífida) ou no baixo peso do recém-nascido.
As grávidas que fumam ou bebem devem reforçar o suplemento? “Não sabemos. Sabemos que não devem fumar nem beber”, diz Fátima Martel. Nesta pesquisa, foi avaliado ainda o impacto do uso de fármacos (como anti-hipertensores) durante a gestação, concluindo-se que estes não interferem no transporte do ácido fólico. Perceber se a diabetes afecta a captação desta vitamina é o próximo passo da pesquisa.
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