quarta-feira, setembro 09, 2009

Tapete verde de algas no rio Tejo chega às Portas de Ródão


O rio Tejo, ao passar pelas Portas de Ródão, trouxe consigo um tapete verde de algas, causado pela poluição e pela redução do caudal. Este é um problema cada vez mais frequente e que requer mais do que "medidas paliativas", diz a Quercus.

O fenómeno foi captado pela webcam do ninho de grifos, colocada nas Portas de Ródão, nos concelhos de Vila Velha de Ródão e Nisa.

Samuel Infante, da Quercus, esteve ontem no terreno e presenciou o "boom" de algas, como a azola. "Este é um problema complexo que se deve à soma de vários factores, como a falta de chuva, o aumento da temperatura e a poluição vinda de Espanha, nomeadamente dos milhares de esgotos e da poluição agrícola lançada às águas", contou ao PÚBLICO. "O rio quando entra em Portugal já vem muito degradado".

Quando há mais água, há uma maior diluição da poluição e menor concentração de nutrientes. Este tapete de algas afecta "todos os ecossistemas" dos rios e a vida que neles existe. Se forem detectadas cianobactérias, pode haver riscos para a saúde pública.

Em Maio, a Quercus lançou um alerta para este "enverdecimento" do rio Tejo. No seguimento desta acção, a Comissão Luso-Espanhola responsável pela gestão dos rios "falou sobre o assunto e um grupo de peritos visitou o terreno", acrescentou Samuel Infante.

Uma das medidas que estará a ser equacionada pelas autoridades espanholas é a colocação de redes dentro do rio para recolher a azola mecanicamente. "Mas este é um problema que exige mais do que medidas paliativas".

Tanto mais que este é um problema que já tem vários anos. "Antigamente, acontecia apenas uma vez por ano, durante dois ou três meses. De há dois anos para cá, acontece praticamente todo o ano, de Maio a Novembro".

Notícia em Público online

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