quarta-feira, julho 15, 2009

Cada residência portuguesa tem em média mais de 80 pilhas e baterias em diversos equipamentos

Elas estão em todo o lado: nos telemóveis, nos comandos da TV, nos brinquedos, até nos esquentadores. Nem damos por elas, mas os números são esmagadores: os portugueses têm, em média, mais de 80 pilhas e baterias em casa. A estimativa resulta de um inquérito realizado em 2008 pela Ecopilhas, a empresa que gere a reciclagem das pilhas e baterias usadas em Portugal, em nome da indústria. "O número peca por defeito", afirma Eurico Cordeiro, director-geral da empresa.No ano passado, foram colocados no mercado português 102 milhões de pilhas e baterias - menos dez por cento do que em 2007. A razão do decréscimo, segundo Eurico Cordeiro, é a crise económica.Cerca de 19,2 milhões de pilhas foram recolhidas e recicladas.

A taxa de recolha, em termos de peso, está em torno dos 20 por cento. Até ao fim de 2011, a meta a cumprir é de 25 por cento. Para 2015, a recolha e reciclagem deve chegar a 45 por cento. Segundo Eurico Cordeiro, este objectivo será "bastante complicado de cumprir". As metas - reduzidas em relação às primeiras fixadas em 2001 - constam de uma legislação publicada em Janeiro, que transpõe uma nova directiva europeia. Para facilitar a reciclagem, a lei obriga a que todas todas as lojas que vendam pilhas e acumuladores portáteis tenham recipientes próprios para a sua recolha - os "pilhões".

A Ecopilhas tem uma rede de 16 mil pontos de recolha, em hipermercados, lojas, escolas e outros espaços públicos. A empresa espera aumentar este número em 50 por cento nos próximos três anos.A nova lei também obriga a que as pilhas tragam indicações sobre a sua capacidade. Mas, segundo Eurico Cordeiro, é difícil harmonizar esta informação. "Em vez de informar, vai desinformar", afirma.Em cinco anos, a Ecopilhas instalou 90 mil "pilhões" e distribuiu dois milhões de "minipilhões" no país.

No total, foram recuperados mais de 80 milhões de pilhas e baterias, que de outra forma seriam depositadas em aterros sanitários ou queimadas em incineradores de resíduos. Portugal não tem nenhuma unidade de reciclagem de pilhas e baterias. O material recolhido no país passa por uma central de triagem e depois é exportado para reciclagem no exterior.Até recentemente, era enviado para a Áustria. Agora, o seu destino é uma empresa em França, que trata de todos os tipos de pilhas e baterias usadas. A mudança implica menos necessidade de transporte. "Poupamos mil quilómetros com esta mudança", diz Eurico Cordeiro.


In Público

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