quinta-feira, maio 31, 2007

Fósseis de mamíferos primitivos regressaram para os portugueses


Thomas Martin veio de propósito da Alemanha para devolver a Portugal e ao Museu Geológico, em Lisboa, estes fósseis do Jurássico Superior. Os primeiros foram levados para a Alemanha nos anos 60, pela equipa do paleontólogo Walter Kühne, da Universidade Livre de Berlim, que os descobriu.Antes de abrir as caixinhas, Thomas Martin, da Universidade de Bona, prepara um observador mais desatento para não se deixar influenciar pelo tamanho. "Os fósseis são muito pequenos, mas não é por isso que não são muito importantes", diz o paleontólogo. "Os fósseis mais importantes da Guimarota são mamíferos primitivos, que viviam no tempo dos dinossauros. Os dinossauros eram gigantes e os mamíferos eram anões, mas teriam um grande futuro."

Há uma parte da história conhecida: os dinossauros extinguiram-se há 65 milhões de anos, no Cretácico Superior, e os mamíferos, que tinham aparecido há cerca de 230 milhões de anos, no período Triásico, tal como os dinossauros, puderam então começar a reinar. Se assim não fosse, nós talvez cá não estivéssemos.

Mas há uma parte da história que os fósseis da Guimarota ajudaram a completar - aquela que conta como eram esses mamíferos primitivos. "Os mamíferos do Jurássico e do Cretácico eram muito pequenos, porque os dinossauros eram muito grandes e activos durante o dia. Tinham o tamanho de um ratinho, os maiores eram como ouriços. Provavelmente, viviam de noite, no escuro, para os dinossauros não os verem."É então que Martin, de 47 anos, a estudar os fósseis da Guimarota desde 1991, na Universidade Livre de Berlim, está pronto para revelar o conteúdo das caixinhas. E explicar por que razão estes fósseis, que cabem na palma da mão, ganharam fama mundial. "A Guimarota forneceu o primeiro esqueleto de um mamífero do Jurássico", diz. E eis que o paleontólogo saca do esqueleto do Henkelotherium guimarotae, descoberto em 1976. Vivia nas árvores e comia insectos. Este é o único esqueleto quase completo de um Henkelotherium guimarotae, que serviu, aliás, para descrever pela primeira vez esse mamífero. Pertencia a um grupo de mamíferos (os paurodontídeos) que está entre os antepassados dos mamíferos actuais.

O outro ex-líbris da Guimarota que Thomas Martin trouxe é o Haldanodon exspectatus. "Vê-se aqui o crânio, o braço e isto é o fémur", aponta. "Estes ossos são muito fortes. Revelam um tipo de adaptação diferente: este animal escavava. Tinha um estilo de vida como o das toupeiras." Pertencia aos docodontes: "Este grupo extinguiu-se sem deixar descendentes." Mas o Haldanodon também deu projecção mundial à Guimarota: "Foi o primeiro docodonte descoberto em todo o mundo, em 1977", diz o paleontólogo. Dentro das caixinhas, estão muitos outros fósseis, todos de mamíferos. Os restos escavados da Guimarota permitiram descrever uma dezena de mamíferos novos. Para os crocodilos, peixes, lagartos e anfíbios, as novidades científicas rondaram as 15.
Artigo publicado em Público
Para saber mais sobre a mina da Guimarota ver: Geoleiria
(post de 25 de Abril de 2007)

segunda-feira, maio 28, 2007

Cientistas criam nova geração de plantas transgénicas

Estudo publicado na "Science"

Investigadores norte-americanos estão a desenvolver a próxima geração de plantas transgénicas, através da manipulação genética, resistentes a um novo herbicida, refere a revista cientifica "Nature".

A descoberta não é totalmente nova – já existem campos de cultivo resistentes ao herbicida glifosfato. A diferença reside na capacidade destas novas plantas resistirem ao dicamba, um dos herbicidas mais usado pelos agricultores. A equipa de investigadores da Universidade do Nebrasca, nos Estados Unidos, criou os primeiros tomates e rebentos de soja transgénicos, que toleram o dicamba, um herbicida, usado há mais de 40 anos na agricultura, que mata as ervas daninhas mais resistentes.
Esta inovação poderá ser uma alternativa às áreas de cultivo onde também as ervas indesejáveis se tornaram resistentes ao glifosfato.O estudo, publicado na revista científica "Science", baseou-se na manipulação do gene da Pseudomonas maltophilia, bactéria com a capacidade de resistir ao dicamba.Os cientistas inseriram este gene no tabaco, na soja, nos tomates e na planta herbácea, Arabidopsis thaliana. Em todos os casos as plantas tornaram-se resistentes ao dicamba, refere a "Nature".
A Monsanto, empresa norte-americana pioneira na área da biotecnologia, que lidera a produção de milho geneticamente modificado resistente ao herbicida glifosfato, já detém a licença de produção desta nova tecnologia.Nos Estados Unidos 90 por cento dos campos de soja e 60 por cento dos campos de algodão são transgénicos, com a capacidade de resistirem ao glifosfato.A empresa espera produzir e comercializar rebentos de soja, resistentes ao herbicida dicamba, no prazo de três a sete anos.
Artigo em Público

quinta-feira, maio 24, 2007

Dez Coisas A Fazer pelo Planeta..

Se todos contribuirmos, podemos ter uma vida melhor!

Baseado no livro homónimo de Al Gore, antigo vice-presidente de Bill
Clinton, o filme é apoiado pelo Oceanário de Lisboa que viu nele uma excelente oportunidade para alertar as consciências para as alterações climatéricas.


"Dez Coisas A Fazer" foi o alerta lançado pelo Oceanário para ajudar a combater o aquecimento global

01 -Mudar uma lâmpada - substituir uma lâmpada normal por uma lâmpada fluorescente poupa 68 Kg de carbono por ano;

02 -Conduzir menos - caminhar, andar de bicicleta, partilhar o carro ou
usar os transportes públicos com mais frequência: Poupará 0,5 Kg de dióxido de carbono (CO2) por cada 1,5 Km que não conduzir!

03 -Reciclar mais - pode poupar 1000 Kg de dióxido de carbono por ano reciclando apenas metade do seu desperdício caseiro;

04 -Verificar os pneus - manter os pneus do carro devidamente calibrados pode melhorar o consumo de combustível em mais de 3 %. Cada 4 litros de combustível poupado retira 9 Kg de dióxido de carbono da atmosfera!

05 -Usar menos água quente - aquecer a água consome imensa energia. Usar menos água quente, instalando um chuveiro de baixa pressão, poupará 160 Kg de CO2 por ano e lavar a roupa em água fria ou morna poupa 230 Kg por ano;

06 -Evitar produtos com muita embalagem - pode poupar 545 Kg de dióxido de carbono, se reduzir o lixo em 10 %;

07 -Ajustar o termostato - acertar o termostato apenas dois graus para baixo no Inverno e dois graus para cima no Verão pode poupar cerca de 900 Kg de dióxido de carbono por ano;

08 -Plantar uma árvore - uma única árvore absorve uma tonelada de dióxido de carbono durante a sua vida;

09 -Seja parte da solução - aprenda mais e torne-se activo em climatecrisis.net (ou outro que faculte informação credível);

10 -Espalhe a mensagem! - incentive os amigos a ver "Uma Verdade
Inconveniente". Sensibilize-os para o problema.


Antes de imprimir este documento, pense se é mesmo necessário. Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 10 a 20 árvores, 10.000L de água e 5MW.hora de energia. Em média, por ano, uma família gasta em papel o equivalente ao abate de seis árvores. A protecção do ambiente deve ser uma preocupação de todos nós.

segunda-feira, maio 21, 2007

Universidade de Coimbra lança colecção virtual com mais de 30 mil plantas

O Herbário da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra vai lançar amanhã uma base de dados na Internet com informação em português sobre mais de 30 mil exemplares de plantas.

Base de dados em: HERBARIUM UNIVERSITATIS CONIMBRIGENSIS

De acordo com a responsável pelo projecto, Fátima Sales, para se consultar dados sobre determinada planta é necessário introduzir o nome científico da espécie, o que torna este projecto mais direccionado para cientistas, investigadores e para pessoas com particular interesse por botânica.

Na versão virtual estarão disponíveis os dados de mais de 30 mil exemplares de plantas, embora o herbário tenha uma colecção que ultrapassa os 700 mil exemplares, sendo a maior de Portugal e a segunda maior da Península Ibérica.

O site está escrito em português, mas está previsto que venha a ter alguns conteúdos em inglês para "possibilitar a comunicação com qualquer investigador no mundo".

"O principal objectivo é estimular o gosto pela botânica e pela conservação e intervir com qualidade na educação científica na área da botânica associada à diversidade", disse a responsável.

Um herbário — uma colecção de plantas que podem ir desde pequenas algas a grandes árvores — consegue-se ao prensar e secar as plantas ou parte delas, colocando-as numa folha de cartolina e fazendo a sua etiquetagem e identificação segundo classificações internacionais.

O lançamento desta base de dados servirá também para assinalar o Dia Mundial da Biodiversidade, que se comemora amanhã.

Artigo publicado em Público

Censura????

Trabalhava há quase 20 anos na DREN

Professor de Inglês suspenso de funções por ter comentado licenciatura de Sócrates


19.05.2007 - 10h09 Mariana Oliveira

Um professor de Inglês, que trabalhava há quase 20 anos na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), foi suspenso de funções por ter feito um comentário – que a directora regional, Margarida Moreira, apelida de insulto – à licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates.

A directora regional não precisa as circunstâncias do comentário, dizendo apenas que se tratou de um "insulto feito no interior da DREN, durante o horário de trabalho". Perante aquilo que considera uma situação "extremamente grave e inaceitável", Margarida Moreira instaurou um processo disciplinar ao professor Fernando Charrua e decretou a sua suspensão. "Os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. O sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal", disse a directora regional, que evitou pormenores por o processo se encontrar em segredo disciplinar. Numa carta enviada a diversas escolas, Fernando Charrua agradece "a compreensão, simpatia e amizade" dos profissionais com quem lidou ao longo de 19 anos de serviço na DREN (interrompidos apenas por um mandato de deputado do PSD na Assembleia da República).

No texto, conta também o seu afastamento. "Transcreve-se um comentário jocoso feito por mim, dentro de um gabinete a um "colega" e retirado do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente, pinta-se, maldosamente de insulto, leva-se à directora regional de Educação do Norte, bloqueia-se devidamente o computador pessoal do serviço e, em fogo vivo, e a seco, surge o resultado: "Suspendo-o preventivamente, instauro-lhe processo disciplinar, participo ao Ministério Público"", escreve.

A directora confirma o despacho, mas insiste no insulto. "Uma coisa é um comentário ou uma anedota outra coisa é um insulto", sustenta Margarida Moreira. Sobre a adequação da suspensão, a directora regional diz que se justificou por "poder haver perturbação do funcionamento do serviço". "Não tomei a decisão de ânimo leve, foi ponderada", sublinha. E garante: "O inquérito será justo, não aceitarei pressões de ninguém. Se o professor estiver inocente e tiver que ser ressarcido, será."

Neste momento, Fernando Charrua já não está suspenso. Depois da interposição de uma providência cautelar para anular a suspensão preventiva e antes da decisão do tribunal, o ministério decidiu pôr fim à sua requisição na DREN. Como o professor, que trabalhava actualmente nos recursos humanos, já não se encontrava na instituição, a suspensão foi interrompida. O professor voltou assim à Escola Secundária Carolina Michäelis, no Porto. O PÚBLICO tentou ontem contactá-lo, sem sucesso.

No entanto, na carta, o professor faz os seus comentários sobre a situação. "Se a moda pega, instigada que está a delação, poderemos ter, a breve trecho, uns milhares de docentes presos políticos e outros tantos de boca calada e de consciência aprisionada, a tentar ensinar aos nossos alunos os valores da democracia, da tolerância, do pluralismo, dos direitos, liberdade e garantias e de outras coisas que, de tão remotas, já nem sabemos o real significado, perante a prática que nos rodeia."

Artigo publicado em: Público

quinta-feira, maio 17, 2007

Milhares de cartas de Charles Darwin disponíveis pela primeira vez na Internet

Uma das muitas cartas de Darwin
Uma das muitas cartas de Darwin
A Universidade de Cambridge disponibiliza na Internet a obra completa de Charles Darwin, que forneceu as bases da teoria da evolução das espécies, que inclui cerca de 50 mil páginas de texto e 40 mil imagens. Charles Darwin (1809-1882) trocou correspondência com cerca de duas mil pessoas, desde o filósofo Karl Marx até ao zoólogo Thomas Huxley. Foram preservadas, até hoje, cerca de 15.000 cartas escritas e recebidas por Darwin, muitas das quais conservadas na Universidade de Cambridge.


Em 1974, foi criado o chamado "Darwin Correspondence Project", com o objectivo de publicar a edição definitiva dessas cartas, das quais 5.000 estarão disponíveis em todo o mundo, a partir da próxima quinta-feira, através do endereço www.darwin-online.org.uk. O projecto "Darwin on-line" reúne a maior colecção de escritos de e sobre Darwin e inclui mais de 50.000 páginas de texto, arquivos de áudio e 40.000 imagens, segundo a Universidade britânica.

Cada carta foi digitalizada e editada cuidadosamente, o que exigiu a decifração da escrita vitoriana e, também, complementada com referências cruzadas e notas esclarecedoras. As notas de rodapé junto à cronologia, e outras explicações do "Darwin Correspondence Project", ajudam a situar as cartas no seu contexto e permitem ter a ideia não só da evolução do pensamento de Darwin mas também da sua própria pessoa.

Fonte de observações científicas

Estas cartas não são apenas uma fonte extraordinária de observações científicas, oferecendo, também, muitas delas dados relevantes sobre os seus hábitos pessoais. Filho e neto de médicos, Darwin estudou Medicina durante dois anos em Edimburgo para logo seguir o estudo de Teologia em Cambridge, onde um dos seus professores, o naturalista John Stevens Henslow, lhe despertou o interesse para as Ciências Naturais.

Por recomendação desse professor e apenas com 22 anos, embarcou no HMS Beagle, como naturalista de uma expedição à volta do mundo que durou quase cinco anos: desde 27 de Dezembro de 1831 até 02 de Outubro de 1836. Nessa viagem, durante a qual percorreu as costas atlântica e pacífica da América do sul, Darwin estudou as águas e correntes oceânicas e fez expedições terrestres para recolher espécimes da fauna e da flora locais.

Inspirado pelo "Ensaio sobre o princípio da população" do economista Thomas Malthus, que falava sobre o crescimento exponencial da população mundial, o esgotamento dos recursos e o triunfo dos mais fortes, Darwin desenvolveu a sua teoria da selecção natural. Segundo Darwin, os seres vivos têm uma ascendência comum e a diversidade das espécies é o resultado da selecção natural ao longo dos séculos.

Ao seu livro mais famoso, "A Origem das Espécies", publicado a 24 de Novembro de 1859, seguiu-se, em 1871, "A Origem do Homem", que explica a Teoria da Evolução do Homem, apresentando-o como um "parente" do macaco. Esta Teoria foi combatida duramente por alguns teólogos, que o acusaram de negar a existência de Deus, polémica que encontra prolongamento no actual debate com os chamados "criacionistas".

Aartigo publicado em: Ciência Hoje

NASA identifica provas claras do degelo na Antártida

Impacto do aquecimento (imagem NASA)
Impacto do aquecimento (imagem NASA)
A NASA encontrou as primeiras provas claras do degelo da Antártida, uma consequência do aumento das temperaturas e que pode levar à subida do nível da água do mar, anunciou a agência espacial em comunicado.
As áreas afectadas por este degelo, o mais significativo observado até hoje, podem espalhar-se por uma região do tamanho da Califórnia. Através do satélite QuikScat, a equipa de cientistas liderada por Son Nghiem e Konrad Steffen fez a medição da acumulação de neve e degelo na Antártida e Gronelândia desde Julho de 1999 até Julho de 2005.


Desde 2005 até Março de 2007 não foram detectadas novas quedas de gelo. O gelo derreteu em várias regiões, mesmo em zonas do interior de elevadas latitudes e elevações, onde se acreditava que o degelo fosse improvável.

"A Antártida mostrou pouco ou quase nenhum aquecimento no passado recente com a excepção da Península da Antártida, mas agora encontrámos os primeiros sinais do impacto do aquecimento, conforme interpretámos com o satélite", disse em comunicado Konrad Steffen.

Para o cientista, um aumento nos níveis de gelo como o de 2005 pode ter um impacto mais profundo do que o previsto nas placas de gelo da Antártida. O degelo de 2005 foi de tal forma intenso que criou uma segunda camada de gelo por cima da água. No entanto, o período de descongelamento não foi prolongado ao ponto conduzir a água derretida para o oceano.

"Se a água derretida for suficiente pode chegar ao limite das placas de gelo, causando que uma massa de gelo se movimente mais rapidamente em direcção ao oceano, aumentando o nível da água do mar", explicou ainda Konrad Steffen. As alterações na massa de gelo na Antártida são uma fonte importante no estudo do aquecimento global e aumento do nível da água do mar.

Altos níveis de água corrente da Antártida para o oceano podem também afectar os níveis de salinidade da água do mar, correntes e o clima global.

Artigo publicado em: Ciência Hoje

terça-feira, maio 15, 2007

As respostas do Aegyptopithecus zeuxis


Elwyn Simons, primatólogo da Duke University (Estados Unidos), mostra crâneos de um antigo primata chamado Aegyptopithecus zeuxis, que viveu no território que é hoje o Egipto, há 29 milhões de anos. Este animal, tido como um dos antepassados dos macacos, dos gorilas e dos humanos, não era tão inteligente como se esperava, o que indica que o cérebro dos primatas começou a crescer mais tarde do que se julgava. Foto: Reuters/Megan Morr/Duke University

Fotografia publicada em Público

Lourinhã mostra réplicas de dois dinossáurios portugueses

(Imagem: Museu da Lourinhã)
(Imagem: Museu da Lourinhã)
O Museu da Lourinhã, conhecido pelas descobertas de dinossáurios, vai expor pela primeira vez réplicas completas de dois animais do jurássico que foram encontrados no concelho, mostrando os esqueletos de pé como se estivessem vivos.

Octávio Mateus
Octávio Mateus

"É a primeira vez que mostramos dois dinossáurios portugueses montados em posição de vida, até aqui tínhamos mostrado apenas uma réplica de um dinossáurio norte- americano", afirmou hoje à Lusa Octávio Mateus, paleontólogo e investigador do Museu da Lourinhã.

"O esqueleto mostrado assim é mais visível e educativo do que os ossos originais que temos no museu e que são de difícil interpretação", acrescentou. O trabalho de montagem das réplicas completas dos Lourinhanosaurus Antunesi e do Dacentrurus Armatus, duas espécies do período do jurássico superior (com 150 milhões de anos), demorou entre dois a três anos a realizar, adiantou o paleontólogo.

Segundo Octávio Mateus, "os esqueletos encontrados na Lourinhã são em geral incompletos e para reconstituirmos os animais inteiros tivemos que nos basear em conhecimentos de anatomia e comparar com outros animais parecidos, foi um trabalho muito demorado".

"Primeiro foi preciso fazer os moldes dos originais que temos no museu e depois todo o trabalho construção do restante esqueleto, e no final, a montagem", especificou. As duas réplicas vão ser mostradas em tamanho real na sala de paleontologia do Museu da Lourinhã a partir do dia 26 de Maio após uma sessão de apresentação pública.

O Lourinhanosaurus Antunesi é uma espécie única no país e foi descoberta na Lourinhã, nos anos 80. Trata-se de um dinossauro carnívoro e bípede, que pode atingir os 8 metros de comprimento. O Dacentrurus Armatus era um dinossauro herbívoro e quadrúpede, atingindo os 5 metros de comprimento, possuía placas dorsais, espinhos na ponta da cauda e ombros.

É uma espécie mais comum em Portugal existindo também em Espanha, França e Reino Unido. O Museu da Lourinhã tornou-se conhecido por ter sido encontrado neste concelho um ninho com ovos contendo embriões de dinossáurios únicos na Europa.

Artigo publicado em: Ciência Hoje

sábado, maio 12, 2007

Sangue de plástico?

Novidade: Investigadores britânicos criam sangue artificial a partir do plástico!!!!

Artigo:
Cientistas britânicos desenvolveram sangue artificial a partir do plástico, que afirmam ser leve, fácil de transportar e não necessitar de refrigeração, o que será útil em zonas de conflitos ou guerras, anunciaram sexta-feira investigadores da Universidade de Sheffield. O novo sangue é feito com moléculas de plástico que têm um átomo de ferro no centro, que pode transportar oxigénio pelo corpo, de acordo com afirmações dos cientistas no site da cadeia britânica BBC.


Por não precisar de refrigeração, pode ser conservado durante mais tempo, o que aumenta as vantagens de poder ser usado como substituto do sangue natural em cenários de conflito. Afirmam ainda os cientistas que a sua produção pode ser barata, estando os investigadores a tentar conseguir mais verbas para desenvolver um protótipo final que seria adequado para testes biológicos.

Uma amostra deste sangue artificial deverá ser exibida no próximo dia 22 de Maio, no Museu da Ciência, em Londres, integrada numa exposição sobre a história do plástico. "Estamos bastante animados com o potencial deste produto e com o facto de que poderá vir a salvar vidas", afirmou Lance Twyman, do Departamento de Química da Universidade de Sheffield, citado pela BBC.

"Este produto pode ser guardado de forma mais fácil do que o sangue e isto significa que grandes quantidades podem ser levadas facilmente por ambulâncias ou por forças armadas", acrescentou.

Artigo em: Ciência Hoje

A ciência tem destas coisas...

A ciência tem destas coisas... muitas vezes investimos tempo e trabalhos em objectivos um pouco desfasados da realidade!
O artigo que abaixo transcrevo é o retrato desse trabalho! Vamos criar relva transgénica, capaz de suportar solos salgados, para poder regar os campos de golfe (sim, os campos de golfe!) com agua salgada e assim poupar a água potável! Não é um espectáculo?
Esta notícia deixou-me satisfeita!
Será que algum destes investigadores se lembrou que o solo é o habitat de inúmeros seres vivos e que eles serão também afectados pela salinização do solos? Ah! Já sei! Vão tornar estas espécies em espécies trangénicas!!!

Artigo: Descoberto mecanismo que torna possível rega com água salgada
"As plantas são capazes de detectar o grau de salinidade do solo e defender-se dele, uma descoberta que poderá, por exemplo, traduzir-se na criação de relva transgénica, que se poderia regar com água salgada. Segundo um trabalho dirigido pelo espanhol Armand Albert, publicado na Revista "Molecular Cell", as plantas são capazes de desenvolver mecanismos de defesa contra as agressões externas como o excesso de sal, a seca ou a falta de nutrientes no solo. "

Artigo completo em: Ciência Hoje

sexta-feira, maio 11, 2007

Estudo confirma o que todos já sabem...

Redução da desflorestação permite diminuir emissões de CO2 (a sério? Não sabia!!!!!!)


Um estudo ontem divulgado nos EUA revela que, se a actual taxa de desflorestação tropical diminuísse para metade, as emissões de dióxido de carbono em 2100 seriam reduzidas em 12 por cento face às estimativas da ONU. Isto porque o coberto florestal salvo do abate permitiria retirar anualmente da atmosfera 500 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), indica o mesmo estudo.

Para o responsável pelo estudo, Christopher Field, da Carnegie, uma instituição privada de investigação norte-americana, esse volume seria crucial para atingir o objectivo de redução de CO2 até 2100 estabelecido pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU.

O ritmo actual de desflorestação das zonas tropicais implica uma concentração de CO2 na atmosfera de mais 1,5 mil milhões de toneladas por ano que poderiam ser absorvidas pelas árvores abatidas, segundo estimativas de um relatório destes peritos publicado na edição de sexta-feira da revista Science.

Todavia, assinalam, a redução da desflorestação nas zonas tropicais dos países em desenvolvimento é uma tarefa complexa, já que muitos deles vêem na floresta um recurso económico do qual consideram poder dispor sem limites. Para contrariar este argumento, as soluções propostas são incentivos financeiros directos para dissuadir os cortes de árvores e planos de gestão financeira que valorizem diferentemente a floresta e limitem a desflorestação a zonas de alto valor agrícola.

Segundo a edição deste ano do "Pequeno Livro Verde" do Banco Mundial, que reúne dados relativos ao ambiente e desenvolvimento de 200 países, as emissões de CO2, o principal gás causador do efeito de estufa, continuam a crescer sendo originadas em partes iguais pelos países industrializados e em vias de desenvolvimento. Neste relatório, hoje divulgado, o Banco Mundial revela que as emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) aumentaram 16 por cento entre 1990 e 2003, valor que em Portugal é quase o dobro.

Artigo em : Ciência Hoje

Descobertos redemoínhos submarinos na circulação oceânica (Atlântico)

Cientistas europeus descobriram remoinhos submarinos no Antárctico que poderão pôr em causa os modelos informáticos de simulação das correntes oceânicas usados para estudar o aquecimento climático, indica um estudo hoje publicado pela revista Nature. A descoberta poderá fornecer mais dados sobre o processo de aquecimento do planeta, na medida em que a circulação dos oceanos põe em movimento calor, carbono e nutrientes, elementos determinantes para o clima da Terra.

"A circulação oceânica desempenha um papel central no sistema climático da Terra e nos ciclos biogeoquímicos, por transportar calor, carbono e nutrientes por todo o globo, e regular o seu armazenamento nas profundidades dos oceanos", explicam os autores do estudo. Em concreto, os cientistas destacam a importância da Corrente Circumpolar Antárctica (CCA), que arrefece as águas provenientes das latitudes mais quentes dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

A equipa de investigadores, dirigida por Alberto Naveira Garabato, do Centro Nacional Oceanográfico do Reino Unido, teve a ideia de utilizar um isótopo natural do hélio emitido por um vulcão submarino no leste do Pacífico para seguir a corrente CCA. Foi então que os cientistas observaram remoinhos, aparentemente devidos ao acidentado relevo dos fundos marinhos, a revolver camadas submarinas de diferentes densidades, agindo como um "curto-circuito" na CCA.

"Os resultados do estudo corroboram a teoria de que as correntes de água das profundidades marinhas (...) se intensificam e misturam quando a corrente antárctica flui nos fundos oceânicos de complicada topografia", referem os cientistas. "O processo de mistura e aumento da velocidade intensifica, por sua vez, a presença do pequeno-circuto na circulação das águas nessas regiões", acrescentam.

No estudo participaram cientistas das universidades de Southampton e East Anglia (Inglaterra), e de Bremen (Alemanha).

Artigo em: Ciência Hoje

Criada enciclopédia digital das espécies vivas


Várias instituições científicas em todo o mundo decidiram juntar esforços para criar uma enciclopédia digital da vida para descrever as 1,8 milhões de espécies vivas e contribuir para uma melhor gestão e protecção da biodiversidade. O projecto, lançado oficialmente ontem, facultará livre acesso a todos os conhecimentos actuais sobre a biodiversidade terrestre, permitindo preservá-la melhor do aquecimento climático e da sobreexploração pelo homem, segundo os promotores norte-americanos do projecto. "A Enciclopédia da Vida fornecerá informações preciosas e bem organizadas sobre a biodiversidade e a sua protecção a toda a gente, em todo o mundo e a qualquer momento", explicou James Edwards, director executivo do projecto.

Páginas de demonstração em: Enciclopédia da Vida

Artigo completo em: Ciência Hoje

sábado, maio 05, 2007

Conferência da ACIME

Encontrado na Argentina fóssil muito completo de dinossauro do Jurássico

Um fóssil bastante completo de um dinossauro carnívoro que vivia há cerca de 150 milhões de anos foi encontrado no Sul da Argentina, foi hoje revelado.

“Esta é uma descoberta sem precedentes. É a primeira vez no mundo que se encontra um dinossauro carnívoro do período Jurássico médio, assim tão completo”, explicou Pablo Puerta, paleontólogo na origem da descoberta.

O animal, bípede, conhecido por Condorraptor, media sete metros de altura.

Este fóssil, completo da anca ao pescoço, foi encontrado no interior de um enorme rochedo com cerca de cinco toneladas e foi extraído graças à intervenção de uma grua, a 450 quilómetros de Trelew.

Uma parte do crânio e da mandíbula é também claramente visível.

O rochedo foi identificado em 2002 mas foram precisos cinco anos de trabalho para a equipa de paleontólogos dirigida pelo alemão Oliver Rauhut (do Trelew Palaeontological Museum) o recuperar, explicou Puerta.

Artigo em Público

Os mamíferos desaparecidos da América do Sul

Os mamíferos desaparecidos da América do Sul Fósseis no Chile revelam mamíferos que habitavam a região e derrubam antigos conceitos sobre a geologia do continente

Mamíferos raros que já povoaram a América do Sul seguem sua vida nessa reconstituição artística, sem saber que uma torrente violenta de cinzas lamacentas vindas de um vulcão próximo logo selaria seu fim


À margem das vastas pastagens, um par de animais herbívoros com cascos que lembram cavalos, um notoungulado parecido a um antílope e uma preguiça terrestre alimentam-se tranqüilamente sem imaginar que seu fim é iminente. Assim como eles, a chinchila e o minúsculo marsupial parecido com um rato, mordiscando sementes, também ignoram seu destino. De repente, um dos vulcões cobertos por gelo que se destacam na paisagem explode violentamente, lançando fluxos contínuos de pó vulcânico sobre os declives íngremes da montanha. Pouco tempo depois, essas torrentes enfurecidas irrompem pelas planícies, sepultando em seu caminho os animais desavisados.

Por mais devastadora que essa fúria vulcânica tenha sido para as criaturas que soterrou, ela se tornou uma bênção para a paleontologia. Dezenas de milhões de anos depois da morte prematura desses mamíferos, as forças de exumação da formação das montanhas e a erosão subseqüente revelaram os restos de seus esqueletos fossilizados à luz do dia no alto das montanhas dos Andes na região central do Chile. Nossa equipe descobriu as primeiras ossadas em 1988 enquanto procurávamos por fósseis de dinossauros no vale andino do rio Tinguiririca, próximo à fronteira com a Argentina. Os achados iniciais dos ossos dos mamíferos se provaram tão proveitosos que, desde então, voltamos à região quase todos os anos. Até agora descobrimos mais de 1.500 fósseis de mamíferos antigos em dezenas de sítios na porção central dos Andes chilenos (ver mapa na pág. 34).

Análises laboratoriais exaustivas de nossa coleção que não pára de crescer têm produzido grandes revelações sobre a história dos antigos mamíferos da América do Sul. Para nossa surpresa, a idade dos fósseis chilenos vai de 40 milhões a 10 milhões de anos – ou seja, são muito mais jovens que qualquer coisa que esperávamos encontrar por lá. Na verdade, muitos dos espécimes representam os únicos mamíferos remanescentes de segmentos daquele intervalo de tempo encontrados em qualquer lugar no continente. Alguns desses fósseis trazem novas luzes sobre um período anteriormente opaco da história das linhagens de mamíferos nativas sul-americanos nativas. Outros ajudam a pôr um ponto final em longos debates sobre a origem de importantes grupos migratórios. Juntos, eles têm auxiliado a rever a compreensão sobre quando certos ecossistemas – e as próprias montanhas – apareceram nessa região do mundo.

Ver artigo completo em Scientific American Brasil

quinta-feira, maio 03, 2007

Para reflectir...

Fonte: Público
03-05-2007 - 17:25
Uma casa a brincar
Um grupo de crianças filipinas que vivem numa lixeira brincam numa casa construída com os restos encontrados no local, em Malabon, na área metropolitana da capital Manila. Foto: Darren Whiteside/Reuters

Recordando Chernobil...

No passado 26 de Abril fez 21 anos que o reactor nuclear número quatro, da central nuclear de Chernobil, explodiu! Centenas de pessoas morreram, quer dos efeitos directos de doses maciças radiação (como os bombeiros e voluntários que ajudaram a apagar os fogos), quer dos efeitos indirectos que ainda hoje perduram! Uma nuvem radioactiva espalhou-se pela Europa contaminando com uma chuva radioactiva praticamente todos os países deste continente!
Nunca mais o mundo deve assistir a este tipo de acidente! É preciso reflectir muito sobre o tipo de energia que queremos para o futuro!
Nunca mais Chernobil!!

terça-feira, maio 01, 2007

Falhas II




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Falhas






A antiga estrada nacional 110, também chamada de estrada da beira, por trás da Escola Secundária Quinta das Flores, junto ao Continente de Coimbra, sofreu recentemente modificações. Já não é necessário passa por dentro da cidade para ir até Ceira e Conraria e afins através da ponte da Portela. Há uma nova via, mais moderna e rápida por trás desta zona, junto ao rio. Na zona da antiga estrada, há muitas escavações para futuras habitações, numa dessas cicatrizes da paisagens descobri várias falhas muito interessantes e que publico para que possam admirá-las.
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