Hoje, nas minhas andanças pelas notícias científicas, sempre na tentativa de enriquecer este espaço, descobri dois artigos interessantes. Ambas noticiam o aumento da temperatura do planeta Marte. O estudo em que se basearam foi o mesmo, mas a forma de noticiar esse mesmo estudo é que... não foi igual! Atrevo-me, baseada na minha pouco (ou quase nenhuma) experiência jornalística, a especular sobre a forma de noticiar este estudo.
Quem ler os dois artigos ficará com duas expectativas diferentes do mesmo estudo! Quando li o primeiro (não digo qual) fiquei com a impressão de que iria levantar problemas sobre o aquecimento global da Terra. Pois o que era noticiado para Marte, também poderia ser aplicado à Terra! Desta forma, o responsável pelo aquecimento global seria o Sol e não o Homem. Este artigo tinha já um comentário nesse sentido! O segundo artigo aborda o mesmo assunto de uma maneira diferente, pelo que compreendi o que o primeiro artigo queria transmitir, mas não conseguiu!
Só abordo esta situação porque acho importante a forma como os factos são transmitidos ao público, com poucos conhecimentos científicos!
Temos de ser mais rigorosos, se queremos que a ciência tenha credibilidade. Pelo menos é essa a minha opinião!
Publico agora os dois artigos (e respectivo comentário) que me impressionaram de forma tão particular!
Quem ler os dois artigos ficará com duas expectativas diferentes do mesmo estudo! Quando li o primeiro (não digo qual) fiquei com a impressão de que iria levantar problemas sobre o aquecimento global da Terra. Pois o que era noticiado para Marte, também poderia ser aplicado à Terra! Desta forma, o responsável pelo aquecimento global seria o Sol e não o Homem. Este artigo tinha já um comentário nesse sentido! O segundo artigo aborda o mesmo assunto de uma maneira diferente, pelo que compreendi o que o primeiro artigo queria transmitir, mas não conseguiu!
Só abordo esta situação porque acho importante a forma como os factos são transmitidos ao público, com poucos conhecimentos científicos!
Temos de ser mais rigorosos, se queremos que a ciência tenha credibilidade. Pelo menos é essa a minha opinião!
Publico agora os dois artigos (e respectivo comentário) que me impressionaram de forma tão particular!
Temperaturas de Marte também estão a aumentar
:: 2007-04-04
Segundo a Nature em Marte as temperaturas também sobem |
Cientistas norte-americanos descobriram que o planeta Marte também está a registar alterações climáticas que têm provocado o aumento das temperaturas médias e têm origem nas variações da luz solar que chega à superfície. Os resultados da investigação, publicados na edição de hoje da revista Nature, estimam em 0,65 graus centígrados o aumento das temperaturas médias de Marte desde a década de 70 e até aos anos 90 do século passado.
Segundo o estudo, o aquecimento do planeta vermelho contribuiu aliás para uma "rápida" e "comprovada" diminuição da capa de gelo existente no pólo Sul de Marte, observada nos últimos quatro anos. Os cientistas explicam, no artigo, como as variações dos raios solares na superfície do planeta estão relacionadas com um maior movimento das partículas de pó no ar e com o aumento da circulação do vento em Marte, o que por sua vez provoca o aumento das temperaturas.
Até agora, só se tinha atribuído às radiações solares o maior movimento do pó marciano, mas não o aumento da circulação dos ventos nem o seu efeito nas temperaturas do planeta. Além disso, as mudanças na quantidade de radiação solar que incide e que é reflectida pela superfície de Marte reforçam os ventos que geram as alterações climáticas.
Os cientistas, entre os quais Robert M.Haberle da NASA, descrevem como, nas últimas três décadas, aumentou a circulação de vento nas áreas mais escuras de Marte e diminuiu nas zonas mais iluminadas. A notícia da Nature sugere que, no futuro, se considerem as mudanças na quantidade de radiação solar em Marte quando se investigar a sua atmosfera e clima.
Segundo o estudo, o aquecimento do planeta vermelho contribuiu aliás para uma "rápida" e "comprovada" diminuição da capa de gelo existente no pólo Sul de Marte, observada nos últimos quatro anos. Os cientistas explicam, no artigo, como as variações dos raios solares na superfície do planeta estão relacionadas com um maior movimento das partículas de pó no ar e com o aumento da circulação do vento em Marte, o que por sua vez provoca o aumento das temperaturas.
Até agora, só se tinha atribuído às radiações solares o maior movimento do pó marciano, mas não o aumento da circulação dos ventos nem o seu efeito nas temperaturas do planeta. Além disso, as mudanças na quantidade de radiação solar que incide e que é reflectida pela superfície de Marte reforçam os ventos que geram as alterações climáticas.
Os cientistas, entre os quais Robert M.Haberle da NASA, descrevem como, nas últimas três décadas, aumentou a circulação de vento nas áreas mais escuras de Marte e diminuiu nas zonas mais iluminadas. A notícia da Nature sugere que, no futuro, se considerem as mudanças na quantidade de radiação solar em Marte quando se investigar a sua atmosfera e clima.
Comentários
Fernando Santana 2007-04-05 - 09:58
Curioso como as variações das radiações solares fazem aumentar a temperatura em Marte... mas na Terra não. Na Terra é um obscuro e raro gás o responsável... E ainda por cima o responsável último é o Homem, que não libertou nem metade dessa rara quantidade... E ainda é curioso como se esquecem que o que o Homem "libertou" já esteve na atmosfera, muitas vezes... há uma coisa chamada o ciclo do carbono...
Curioso como as variações das radiações solares fazem aumentar a temperatura em Marte... mas na Terra não. Na Terra é um obscuro e raro gás o responsável... E ainda por cima o responsável último é o Homem, que não libertou nem metade dessa rara quantidade... E ainda é curioso como se esquecem que o que o Homem "libertou" já esteve na atmosfera, muitas vezes... há uma coisa chamada o ciclo do carbono...
Superfície de Marte pode provocar aquecimento global | ||||||
por JR Minkel | ||||||
Fotografias obtidas nas últimas três décadas mostram que vastas regiões de Marte se tornaram mais claras ou mais escuras em 10% ou mais. No total, isso fez com que o planeta refletisse cerca de 20% da luz solar. Para determinar se mudanças no albedo (a porcentagem da luz solar refletida pelo planeta) afetam o clima, fotos obtidas pelas naves Viking, tiradas entre 1976 e 1978, foram comparadas com imagens da Mars Global Surveyor obtidas em 1999 e 2000. Dados sobre o albedo marciano foram incorporados a um modelo computadorizado do clima do planeta, que simulava mudanças na temperatura e na direção dos ventos ao longo de um ano. No modelo, as áreas que se tornaram mais escuras aqueceram o ar sobre elas, levando à formação de pequenos redemoinhos que varriam partículas escuras do solo, segundo Lori Fenton, membro do grupo que realizou a simulação, no Centro Carl Sagan, Califórnia. As regiões menos reflexivas também apresentaram ventos mais fortes, pois o ar quente se dirige às regiões mais frias, causando turbulência. A diferença de albedo entre os dois períodos gerou um aquecimanto de 0,65ºC, de acordo com Fenton e colaboradores, que publicaram seus resultados nesta semana na revista Nature. Uma lenta elevação da temperatura no pólo sul marciano durante os verões pode ser a causa da diminuição de tamanho da calota polar nos últimos 4 anos, observam os cientistas. O processo de aquecimento, diz Fenton, estaria na verdade diminuindo, pois as maiores tempestades de poeira, que varreram todo o planeta, aconteceram nos anos 70. |
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