sexta-feira, abril 27, 2007

FCTUC estuda eventual construção de 14 barragens na Região Centro

Opinião: Não sou contra as barragens, são importantes para todas os cidadãos, mas catorze (14)! E serão mini-hídricas ou grandes barragens? A construção de grandes barragens implica enormes movimentações de terra, corte de florestas, movimentação de pessoas e bens, para nem falar nos ecossistemas!
Por exemplo, a escada para peixes na ponte-açude de Coimbra ainda nem está construída apesar de projectada há muito tempo (anos e anos!)! Quem sofre? As espécies migratórias!
Também não me parece que impedimos a destruição da nossa floresta, muito pelo contrário! temos de nos consciencializar que a nossa floresta não são nem pinhais nem eucaliptais!!!
É claro que temos de reduzir a dependência em relação aos combustíveis fósseis, mas não sei se este é o melhor caminho!
Espero que os especialistas pensem bem e consultem as populações antes de avançarem com mais alterações ambientais! As populações devem ter uma palavra a dizer, após conhecerem os prós e contras da construção destas hidroeléctricas!
Se vierem por bem, que venham!


Artigo do site Ciência hoje

Energia produzida poderá evitar importação de mais de 300 milhões de metros cúbicos de gás natural por ano

Investimento é oportunidade para a Região se afirmar
Investimento é oportunidade para a Região se afirmar












Uma equipa pluridisciplinar, dirigida por Aníbal Traça de Almeida, do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) investigou os impactos (positivos e negativos) resultantes da eventual construção de um conjunto de 14 Centrais Hídricas na Região Centro. A energia anual produzida seria de cerca de 2 TWh (Biliões de kWh), o que evitaria emissões de cerca de 700.000 toneladas de dióxido de carbono, dispensando a importação de mais de 300 milhões de metros cúbicos de gás natural por ano.

Este estudo, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), compreendeu as várias bacias hidrográficas da região, nomeadamente as bacias hidrográficas do Côa, do Mondego, do Paiva, do Vouga e do Ocreza. As 14 autarquias envolvidas no estudo foram chamadas a pronunciar-se e, na sua maioria, mostraram-se favoráveis à construção das barragens nos seus concelhos.

Os estudos realizados fundamentam o investimento a fazer na utilização dos recursos hídricos: “A construção dos potenciais aproveitamentos hidroeléctricos conduz a impactos positivos nos sistemas de Abastecimento de Água, no Amortecimento de Cheias e Correcção Estival, no contributo para a defesa contra Incêndios Florestais e no contributo para uma Reserva Estratégica de Água”, explica Traça de Almeida. Os aproveitamentos hidroeléctricos são também essenciais para a integração em larga escala de energias renováveis intermitentes, tais como as energias eólica e solar.

“O investimento no aproveitamento hídrico será uma óptima oportunidade para a Região Centro se afirmar, indo ao encontro do novo Plano Energético da União Europeia, que para 2020 apontam para o aumento da penetração das energias renováveis para 20% do consumo global da UE; Redução da intensidade energética em 20% e Redução das emissões de gases de efeito de estufa em 20%”, afirma o investigador da FCTUC.

Apresentando a Região Centro grandes vulnerabilidades à devastação por acção dos fogos florestais, a constituição de albufeiras é uma mais valia porque propicia o aumento local da humidade relativa do ar na sua zona de influência e a criação de locais favoráveis ao reabastecimento de meios aéreos de combate a incêndios, o que reduz os prejuízos associados. Dos contactos desenvolvidos com a equipa de estudo de fogos florestais do Departamento de Eng. Mecânica da FCTUC, pode considerar-se uma redução de área ardida da ordem dos 10% - 20%, para as zonas que passam a ficar dentro do raio de 25 km em relação à albufeira.

Sem comentários: