sábado, março 10, 2007

Existência de água em Marte pode não ser tão óbvia como se pensa

Outro artigo do jornal Publico, neste caso sobre a possibilidade de existência de ága em Marte:

Os vestígios de água podem ter sido só causadas por chuvas depois evaporadas

Um estudo hoje publicado pela revista "Nature" afirma que a presença de depósitos sedimentares em Marte, nomeadamente de sulfatos, não significa forçosamente que tenham resultado de uma longa estagnação de água em lagos ou oceanos. A existência de sedimentos na região de Meridiani Planum, detectada pelo robô norte-americano Opportunity, foi considerada por alguns cientistas como prova da presença de massas de água naquele local durante períodos muito longos. Mas, como explica na "Nature" a equipa de Jeffrey C. Andrews-Hannant, do MIT (Massachusetts Institute of Technology) de Cambridge, esses sedimentos poderão ter sido deixados por água em movimento que se evaporou. Através de modelos das possíveis redes hidrológicas de Marte, os investigadores concluíram que na zona de Meridiani Planum se teriam depositado sedimentos importantes por evaporação de massa líquida em movimento. Na sua perspectiva, essa água teve origem em precipitações e criou lençóis subterrâneos de onde foi expelida durante a formação da cadeia vulcânica de Tharsis. "Este processo é análogo, embora numa escala muito mais importante, à ejecção de água de sedimentos em meio terrestre quando há compressão de terrenos após grandes infiltrações de água", escrevem os cientistas na revista.

Num comentário que acompanha o estudo, Victor Baker, da Universidade do Arizona, em Tucson, afirma que "as simulações (destes cientistas) resolvem o mistério dos minerais provenientes da evaporação de um líquido num sítio como Meridiani Planum, onde não existe uma bacia topográfica que teria facilitado a evaporação", já que se trata de uma zona inclinada.

Sobre estas águas pluviais que entram na terra em regiões de alta altitude e saem mais abaixo em regiões como Meridiani Planum, o autor interroga-se sobre se os lençóis subterrâneos assim formados não terão contido organismos vivos , como aconteceu na Terra em Rio Tinto, no sudoeste de Espanha.

Artigo em: Público

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