sexta-feira, março 16, 2007

Nova espécie de leopardo descoberta no Bornéu!

Artigo completo em: Público

Maior predador das ilhas
Identificada nova espécie de leopardo no Bornéu e Sumatra
15.03.2007 - 15h47 PUBLICO.PT

Durante um século pensou-se que o leopardo nebuloso da região sudeste do continente asiático era a mesma espécie que vivia nas florestas das ilhas do Bornéu e Sumatra. Agora, análises genéticas identificaram diferenças que permitem selar a descoberta de uma nova espécie, que é o maior predador daquelas ilhas indonésias.

"Durante mais de cem anos estivemos a olhar para este animal e nunca compreendemos como era único", diz Stuart Chapman, coordenador do programa Coração do Bornéu da organização WWF (Fundo Mundial da Natureza).

"O facto de o maior predador do Bornéu ser agora considerado uma espécie diferente só vem enfatizar a importância de conservar um dos habitats com maior biodiversidade da Terra", acrescenta, num comunicado da WWF.

A diferença entre os felinos — comparáveis às diferenças entre outras espécies como o leão, o tigre, o leopardo, o jaguar e o leopardo das neves — foi identificada por investigadores do laboratório de diversidade genética do instituto americano do cancro.

Os cientistas acreditam que a população do Bornéu começou a seguir um caminho evolutivo diferente há 1,4 milhões de anos.

"Os resultados genéticos mostram, claramente, que os leopardos nebulosos do Bornéu devem ser considerados uma espécie diferente", declarou Stephen O'Brien, director do laboratório americano. "Os testes ao ADN salientaram cerca de 40 diferenças entre as duas espécies", revelou.

Estes resultados genéticos são suportados por investigações sobre a variação geográfica da espécie, baseada principalmente nos padrões do pelo e coloração da pele.

"Quando começámos a comparar as peles do leopardo do continente com as do leopardo do Bornéu, era claro que estávamos a comparar duas espécies diferentes", disse Andrew Kitchener, do Departamento de Ciências Naturais dos Museus Nacionais da Escócia. "É incrível como nunca ninguém deu conta destas diferenças", exclamou.

O leopardo do Bornéu, Neofelis diardi, é mais escuro do que o leopardo do continente, Neofelis nebulosa, e tem uma tira dupla dorsal e pêlo cinzento, com pequenas manchas. A espécie do continente tem manchas maiores, pêlo mais claro e uma tira dupla dorsal parcial.

A WWF estima que existam entre cinco mil e onze mil leopardos no Bornéu e entre três mil e sete mil em Sumatra. O seu habitat é uma região montanhosa no interior do Bornéu, com 220 mil quilómetros quadrados — cerca de cinco vezes o tamanho da Suíça —, coberta de floresta tropical. A maior ameaça à espécie é a destruição do seu habitat.

O leopardo nebuloso foi descrito pela primeira vez em 1821, pelo naturalista britânico Edward Griffith.

Há poucas semanas, a WWF revelou que os cientistas identificaram no ano passado pelo menos 52 novas espécies de animais e plantas no Bornéu.

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